12.1.11

Metamorfose Ambulante/Vida em espiral

Não é simples
Ser uma metamorfose ambulante
Construir-se ao longo da caminhada
E desconstruir-se ciclicamente

Cada desconstrução é mais complexa e profunda que a anterior
Conceitos, juízos, objetivos...
Ilusões

Hoje revisito antigas formas
De ser o que Eu fui
E de continuar sendo o que Eu Sou

É uma dança que não teve começo
Nem terá fim
Sempre esteve
E está aí
No mundo
Como Eu
E tudo o que há

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A vida,
Acontece em espiral
Revisitamos situações
Conceitos
Julgamentos
Emoções
Cada vez de uma forma diferente
De uma outra dimensão
Como uma nova experiência

Nada é idêntico
Ao que já aconteceu
Porque não somos mais os mesmos
Nossos olhos não são mais os mesmos...

Acontece que dificilmente
Nos damos por conta
Do que está a ocorrer
Dessa espiral

E o tempo de percebermos
É o tempo de um novo ciclo
É o tempo de uma re-volta

10.6.10

O poeta
Nos seus dias mais silenciosos
Eternos dias
Permanece com uma inquietação,
Um segredo.

Um segredo de si mesmo
Da mente que parece já ter desistido de perseguir
Por respostas que não pode encontrar

Sabe que é apenas um disfarce
Velado,
Um passeio à normalidade
Das mentes mutiladas
Pelas simplificações dos prazeres
Que se encontram à venda,
Como produtos em prateleiras.

Mas toda quietude tem seu fim
Assim como a inquietude
Que oscila
Entre a dormência da vida cotidiana
E a veemência da filosofia

A poesia dorme serena
Mas acorda
Sedenta e arrebatadora
Disposta a mais uma batalha
Que pode significar a redenção de um verso
Que exprima a verdade de um minuto
Contida em um orgasmo
Ou a incerteza de um sentimento
Eterno e inexplicável.

31.5.10

Certas questões
Nos angustiam
Desde o início da nossa existência
Sobre o tempo

São questões sem respostas
Para as quais procuramos
Incessantemente
Uma resposta

As respostas foram passando
E as questões ficando

Talvez seja não saber as respostas
O que nos identifica
Como espécie

Porém não reconhecer
A inexistência de respostas
Definitivas
Únicas e precisas
É o que nos desune

É o que nos prende
Em uma redoma

Não percebemos assim
Que além das nossas desavenças
Há um Universo

Tornar essa redoma agradável é uma estratégia de controle
É não dar tempo
Para que ninguém perceba
Que ela não é tudo

A vida
Mesmo que em uma redoma
Mesmo que sob um artifício
Não é uma ilusão
É uma realidade
Um fato

E viver sem essa consciência
É um desperdício.

14.5.10

Outras Questões

Uma ruptura
Feita no passado
Do Ser
Com o outro Ser
E desse Ser
Com o equilíbrio
Encontra seu limite
Nos riscos produzidos
Por si

É a ruptura
Do Ser
Consigo só

É o reencontro
Do Ser
Consigo incluso
No Universo vivo.


xxxxxxxxxxxxxxxxx


Esse Ser que busca
Encontrar-se
Encontra-se
Jogado no mundo
Entre outros
Na mesma condição
De isolados em si mesmos

E busca a alforria
Dessa privação
Quando descobre
Que
Para além do outro
Existe algo mais
Existe Tudo
Ao mesmo tempo.

26.4.10

Epistemologia Evolucionista (das teorias)

Encontro todas as verdades em mim:

Faço uma escolha
Creio
Sigo
Faz-se assim uma verdade
Verdade em mim
Que justifica tudo a partir de si
Logicamente
Solipsismo.


xxxxxxxxxxxxxxxxxx


Tudo acontece
Como tinha de ser
Nada é por acaso

(espero)

Assim tudo encontra motivo
Até mesmo uma ‘escolha’
Qualquer ‘escolha’

Irresponsável sou eu

Triste fim
Me foi dado pelo
Determinismo.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx

A retomada do indivíduo coletivo
Incluso em um sistema

Indivíduo esse
Interligado
Em rede
Com o alter
Em comunidade

Encontra a justiça
Na responsabilidade
Com o outro
E com a sua
Dignidade.


xxxxxxxxxxxxxxxxxx


A complexidade
Do Equilíbrio
Encontrado fora do laboratório
E fora do artifício
É o ecossistema
Auto-organizado
Vivo
Onde se encontra
Ele
O Ser
Incluso
Não está só
Mas interligado
Co-responsável
Pela manutenção
Do Equilíbrio.

9.4.10

Tenho a impressão que estamos sempre correndo atrás.

Atrás do tempo
Dos acontecimentos
Das conseqüências de nossas ações ou omissões

O que antes era um risco
Hoje é uma tragédia

Aliás, anunciada

Discutida
Debatida
Contestada
Rediscutida

De repente ...

Já é tarde

Mesmo assim ainda continuamos a discutir
Nos parlamentos
Movimentos sociais
Na grande mídia
Em casa
Atrás dos muros da academia.

Pessoas bem intencionadas é o que não falta,
Ao menos ao que parece

Mesmo assim estamos sempre atrás dos acontecimentos

Hoje é o desequilíbrio ambiental
O excesso populacional
A desordenada ocupação do espaço natural

Que provoca

Tragédias
Enchentes
Desabamentos
Raiva e descontentamento

Amanhã será a falta de água potável

O fim da Amazônia (Como aconteceu com a Mata Atlântica)

Das Baleias
Do Atum
Do Tubarão
Do Mico-sei-lá-o-quê

Tudo isso já está aí
São problemas reais
Mas ainda permanecem apenas objeto de discussões

Tão bem intencionadas...

Quanto inertes e atrasadas.

10.3.09

Meu samba não é fácil
Meu samba não é reto
Meu samba não tem cadência
Meu samba é de-cadência

Escorre como a água,
Pelo ralo

E a bebida,
Pelo gargalo

Se perde no ritmo
Deixa a morena solta...

Só no embalo

Digo o que tenho para dizer
Sem perguntar nem chamar

Peço licença,
Pois o meu samba
Ainda não encontrou o seu lugar.

8.10.08

Na cegueira da incompletude
Da visão simplificada
Imersa no labirinto
Dos significantes sem significado
O Ser encontra-se só.

Feliz daquele que sabe
Que a solidão é apenas uma face
Necessária à totalidade.

Enquanto isso
O ventríloquo brinca
Com seus bonecos inertes
Que desprovidos de consciência
Desconhecem sua triste condição.

18.9.08

Meu mundo possui muitos mundos
Assim como a minha cidade
Que possui outras cidades
No meu quarto
Vasculho os meus mundos
E à noite
Caminho pelas cidades.

5.6.08

vida pré-fabricada


Todo o lance é armado de uma forma em que não seja necessário pensar.

Na real funciona muito melhor se você não pensar mesmo.

Não questione!

Em troca você ganha em conforto,

Outros em miséria,
Mas não há problema... apenas não pense.

Assim não fará diferença,
A felicidade é importada,
E lhe é oferecida em abundância
Pela televisão.

É claro que vem com alguma dose de medo,
Assim você se mantém quieto.

Por isso,
Não se mova!

Qualquer movimento brusco pode ser fatal.

Neste momento, já há lugares em que o simples ato de pensar é uma contravenção...

Faça relatórios
Demonstre como você ocupa o seu tempo
Mecanicamente
Sem pensar.

É fácil,
Basta ter uma rotina adequada para os padrões oferecidos para o seu meio social.

Cada meio,
Um padrão
Uma exigência
Uma paradigma de felicidade
Um personagem de novela.

Você pode até “crescer socialmente” e viver em padrões superiores ao que iniciou.

Isso é o que vão lhe apresentar como liberdade,
Acredite!

Mas não questione se liberdade é isso mesmo,
Afinal você escolheu não pensar...

Então faça mais um relatório onde não conste o tempo gasto para ler estas palavras,
Antes que descubram últimos seus pensamentos.

(des)importância



acreditamos ser aquilo que há de mais importante no Universo,
é o que demonstram nossas ações.

interpretamos o mundo a partir da nossa participação nele.

o nosso sofrimento, por isso nos parece o maior do mundo,
afinal é o único por nós experimentado.

o nosso amor,
da mesma forma.

mas esquecemos que isso se repete diariamente,
não apenas conosco, mas com a totalidade das pessoas.

a todo instante há pessoas sofrendo, amando, conhecendo a maior das alegrias,
e a mais profunda das tristezas.

tudo agora, ao mesmo tempo!

isso não tem nada de importante,
nem nada de inovador
todo sofrimento, toda a paixão, toda alegria são banalidades para o Universo.

enquanto não reconhecemos isso,
nos limitamos à eterna repetição das mesmas situações.

talvez quando compreendermos essa banalidade nos tornemos aptos a buscar a compreensão da pergunta elementar:

o que estamos fazendo neste mundo?!!

não creio que não tenhamos importância,
creio sim é que nossa importância não é maior do que qualquer outra.

somos tão importantes quanto qualquer coisa.
quanto qualquer grão de areia.

nem mais,
nem menos.

24.1.08

Sobre o Tempo



Tanto se fala sobre o Tempo,

Há que diga que não existe,
Há quem o diga relativo,
Há quem nunca o tenha,
E há quem muito o desperdice.

Relativos são os nossos valores.
Cada um compreende o mundo de uma forma,
E assim o generaliza baseado nesta interpretação individual.
Daí toda a confusão.

Eu me surpreendo,
Mas não como Tempo,
Surpreendo-me é com as pessoas que não sabem o que fazer com ele,
E o vêem passar pelas janelas dos seus olhos,
Enquanto se escondem na rotina de não fazer nada de mais.

Isso é repetitivo, e torna a vida cíclica,
Já o tempo é reto,
Segue adiante em uma sucessão de instantes que não se acaba...

Não volta,
Não pára,
E assim não chega a lugar nenhum.
É movimento.

17.12.07


Mais uma segunda-feira
A ressaca do fim de semana
Se cura na rotina
Da vida cíclica
Que não passa de matemática

Entre o ZERO e o UM
Há infinitas possibilidades
Onde é possível se perder
Sem chegar a um ou a outro

A vida
Assim como a música
É matemática

Mas o que faz
Um acorde ou um dia
Um ciclo diferente do outro
É apenas uma probabilidade
Uma possibilidade concretizada

E o que motiva
A concretização de qualquer probabilidade
Na música, na vida ou em qualquer matemática
É o que dela faz bela
É o que a faz diferente de qualquer outra
Tão somente em um mínimo detalhe

É o sentimento,
Aquele que se sobrepõe à concretude
À racionalidade ou à lógica
É aquilo que não se explica.

7.12.07

Mais Que Futebol




A culpa do futebol brasileiro estar no estado em que se encontra é de uma cultura muito difundida no Brasil, a cultura auto-destrutiva.

Assim como na política nacional, o povo, a torcida, os eleitores, a massa de manobra é relegada a um papel secundário nesse cenário de poder. Essa massa é enganada com afagos, elogios e políticas populistas, e aceita não sem criticar, mas, inerte, não faz mais que isso.

No futebol, o poder foi tomado por uma classe política que se alterna no comando das ações envolvendo a paixão nacional. Assim como na Grécia Antiga chamamos de democracia o que não passa de demagogia.

Em Atenas o voto censitário, que afastava do poder mulheres, escravos (os trabalhadores da época) e estrangeiros fez com que o regime dos demos (comunidades) se tornasse na prática o regime dos cidadãos (aproximadamente 1/10 da população).

O futebol brasileiro, recebeu o atual molde de uma minoria incapaz intelectual e moralmente de conduzir aquilo que é muito mais do que um esporte, é um sentimento capaz de unir as pessoas mais do que qualquer religião.

Os dirigentes governam conforme seus interesses pessoais, ou, no máximo, do grupo que representam. Atualmente parece consolidado o pensamento de que jogador bom, o craque tem que ser vendido. É uma incongruência com qualquer desejo de vitória e conquistas. Estão se indo os ídolos.

Esta é outra classe que aceita a comodidade da lógica implementada pelos nossos ‘governantes’, a dos jogadores de futebol. Em sua grande maioria são como prostitutas, mercadoria humana. Vendem falsos sentimentos, efêmero amor.

Não que todo o jogador tenha a obrigação de amar um único clube durante toda a sua vida profissional. Afinal, estamos falando em emprego, e o empregado deve sempre buscar para si uma melhor colocação.

O que falta é respeito, palavra, valores morais. Abandonar uma equipe no meio do campeonato, assinar um pré-contrato com um clube e jogar em outro que paga mais, corpo mole, simulação de lesões, etc, são atitudes de quem não tem o mínimo senso de responsabilidade e respeito pelas cores que veste.

Enquanto isso o povo fica reclamando dos nossos políticos dirigentes e dos mercenários jogadores. Mas o que pode ser feito para mudar isso? Digo mais, quem agiria diferente se estivesse na cômoda posição de um jogador ou de um dirigente?

Como esperar seriedade num País em que a corrupção é absurda e do conhecimento de todos, mas mesmo assim os Tribunais de Conta invariavelmente acabam aprovando todas as contas dos Governos?

Quando vamos ver em campo um Zico por mais de 700 jogos com a mesma camisa?

Quando mudar a mentalidade do brasileiro. Quanto os clubes forem submetidos periodicamente a auditorias verdadeiras. Quando houver a responsabilização civil e penal pelas maracutaias tão freqüentes. Quando o torcedor for tratado com respeito.

Será necessária uma revolução de valores!

A mesma revolução necessária na política, e em tudo mais. Os motivadores de nossas ações devem ser outros. É preciso que haja consciência de coletividade, em superação à individualidade.

O povo que reclama e nada faz, se estivesse no lugar dos comandantes estaria fazendo igual ou pior. Dessa forma, nada resultaria simplesmente trocar um grupo por outro no poder, é necessário trocar de valores!

O Presidente Lula e seu governo são a prova disso, mudaram as moscas, mas a mentalidade continua a mesma!

É necessário mais do que uma democracia fajuta para resolvermos os problemas do futebol, que na verdade são os mesmos problemas da economia, da política, do aquecimento global, das guerras do petróleo e de tudo mais que faz desse mundo tão desigual.

6.12.07

Nostálgicos versos
Versam
Sobre a beleza singela
Daquela donzela
Cujo vento
O corpo lhe amolda
Ao som do batuque
Da beira do rio

Beleza,
Singela,
Donzela,
Não há
Quem possa
Um dia sonhar
No céu assim estar

Confusa,
Fábula,
Fabulosa,
Joga com o que tem
Anima-se
Com o que não tem

Passa como quer
Por onde quer
Balança com tudo
Do chão às estrelas
No ritmo se mexe
Que sente
Mas não se conhece.

Qualquer idéia
Materializada em palavra
Perde

Há um Universo
De fragmentos
De idéias perdidas
Que viram frases
Versos e livros

Há um outro Universo
Paralelo
Onde todas as idéias
Ainda virgens
Imateriais
Cabem em um único pensamento

Inebriado

Inebriado pela sensação de lucidez
Com os olhos turvos
Pela realidade
Com a mente envolvida
Pela magia daquelas longas pernas
Lembranças
Daquele pensamento
Que não passou
De uma vaga lembrança

4.12.07

Mudar


“Mudar não mudando.”

É isso que o que aqueles que estão se beneficiando com o modo operante da nossa sociedade estão a nos propor quando falam em “melhorar as coisas”.

Todos estão assustados com a crescente miséria, epidemias letais, guerras e as já corriqueiras tragédias naturais que não são nada menos do que um reflexo das alterações climáticas decorrentes de um século de intensa destruição e desrespeito à natureza, e, em última análise, à própria humanidade.

Também, só uma pessoa totalmente desconectada da realidade não se assustaria com isso.

O problema é que tem muita gente em todo o mundo que ainda ganha fortunas com a exploração de recursos naturais como petróleo, madeira, etc, ou ainda com a indústria armamentista. Outros alegam que a redução drástica na emissão de gases poluentes implicaria em custos que tornariam “insustentável” as suas atividades econômicas.

Todo esse sistema é mantido pelo “Estado de Direito”, uma ficção científica que só serve para o POVO respeitar a legislação sem questionar sequer a legalidade dessas normas.

Quando a legislação não é do interesse de grupos economicamente poderosos, é simples. Mudam-se as leis, ou passa por cima delas mesmo.

É o que a política global nos mostra. EUA e União Européia são ótimos exemplos, mas podemos citar também diversos casos ocorridos no Brasil, ou em qualquer parte do nosso mundo capitalista, monopolista e consumista.

Quem se lembra do caso da soja transgênica?

Passaram por cima da proibição até que o Presidente vomitou uma Medida Provisória, e fim de papo!

E o caso das empresas de celulose, que já foram corridas de alguns países e vem pra cá como a “salvação da pátria”?

Não vou nem falar muito sobre esses meros exemplos, pois acontecem todo o dia, e o leitor inteligente pode constatá-los facilmente abrindo algum jornal ou ligando a televisão.

Um problema que pode trazer conseqüências graves é o ambiental. A mãe natureza não é como o homem, que aceita ser subjugado sem nada fazer. Há quem pense ser possível escravizá-la, ou comprá-la, como fizeram com a sociedade vendendo falsas idéias de progresso, desenvolvimento e conforto. À natureza, contudo, não se pode enganar. Ela nos cobra, e sem distinções econômicas ou raciais. A lava do Vulcão queima tanto a casa do rico como a do pobre, a enchente, a Aids, a Gripe do Frango, o Tsunami ou o Terremoto, não querem saber qual o tamanho da conta bancária, nem dos prejuízos causados.

Quando as pessoas encarregadas de buscar soluções para problemas mundiais são as mesmas que se beneficiam do sistema da maneira como ele funciona, não se pode esperar que seja buscada uma alternativa sincera para a solução.

Em qualquer lugar do mundo, quando se fala em problemas como a violência urbana, a fome, a educação e/ou a saúde, há sempre uma comoção geral.

Depois sucedem planos assistencialistas que não passam de esmolas.

Não se resolve o problema da fome apenas dando um prato de comida para que precise. Nem o da saúde pública distribuindo remédios. Isso é caridade, solidariedade, ou descargo de consciência mesmo.

É necessário muito mais do que isso, precisamos romper com o paradigma social dos tempos atuais.

Dinheiro no mundo há de sobra, porém em sua maior parte está acumulado, concentrado na mão de parcela ínfima da população. Está coagulado, e assim impede, como o sangue quando coagula, o funcionamento harmônico de todo o corpo, ou seja, a sociedade.

A cultura da acumulação de capital, da exploração do trabalho alheio, considerando-se como tal inclusive o que se extrai da natureza e outros animais não menos irracionais do que a maioria dos cidadãos chamados normais está a nos matar.

Mas porque não começam a investir maciçamente em tecnologias alternativas que nos forneçam energia limpa e barata, por exemplo?

No mesmo sentido, porque não investem maciçamente contra a miséria e a desigualdade social, proporcionando à massa de marginalizados educação e saúde gerando assim oportunidades reais de desenvolvimento humano?

Isso é porque a noção de desenvolvimento sustentável chegou deturpada àqueles que ganham milhões explorando o mundo como ele é.

Pensam que desenvolvimento sustentável é aquele que for o melhor para sustentar os seus negócios, e por descargo de consciência, ou mesmo por uma ação de “marketing social” distribuem por aí umas migalhas como esmolas, ou usam papel reciclado nas suas propagandas e se vangloriam disso por toda uma vida.

Só sei de uma coisa, precisamos urgentemente acabar com essa cegueira.

Não podemos mais é continuar assistindo o noticiário se lamentando e culpando os outros. Isso já acontece há tempos, e de nada adiantou.

Precisamos mudar, mudando.

dez/2005

1.8.07

Neste momento eu gostaria de ser uma árvore.

Não precisaria falar, ouvir, discutir, convencer.

Não precisaria também andar, nem me cansar.

Me alimentaria sem precisar matar.

Dividiria tudo o que possuisse com a terra, com os animais, com o ar.

4.6.07

Eu
A caneta
E o papel

Triângulo amoroso
Relação intensa
De amor e ódio.

O consumo nos consome

Consome toda a humanidade

Até mesmo que não consome

Por recursos não ter

Sequer para comer

Torna-se matéria-prima,

Produto de consumo.



jan/2007.

Hoje pessoas estão expostas

Como produtos numa vitrine

Possuem valor pecuniário agregado

E cotação no mercado

Proporcionam retorno ao investimento

Satisfação ao consumidor

E riquezas ao especulador



abr/2007.

24.1.07

Mais uma vez
Só restou a poesia

Nem a cerveja
Nem o cigarro
Muito menos aqueles olhos

Ainda resta em mim
O perfume
Que como ela
Volátil

Nunca vai completamente
Mas nuca permanece
Mais que o tempo ocioso

Como suas moléculas
Relativo
Como a velocidade
De quem está parado

Isso é algo que não consigo
Simplesmente parar

O que me salva é a Terra
Que é poesia
E que em ritmo próprio
Anda
Mesmo estando parada.

21.12.06

A dor é pressuposto da vida
O amor é pressuposto da dor
O samba é pressuposto do amor
A alegria é pressuposto do samba
O pranto é pressuposto da alegria
E a vida é pressuposto da poesia.

PLANOS

Tenho pensado em tantas coisas
Tenho sonhado com tantas coisas
Tenho planejado tantas coisas

Então, meu último plano:
Não fazer nenhum plano!

Bobagem,
Apenas mais um plano...

6.12.06

Meu é Nada

Mas de meu, o que tenho?

Não sei, muito pouco talvez.

E a segurança,
Garantias,
Dinheiro,
Bens,
Pessoas,
Sentimentos?

E a mulher amada?!

Acho que nem isso eu tenho.

Nada disso é meu.

Tinha um violão,
Mas quebrei-o contra a parede do MEU quarto,
No dia em que saí da MINHA casa.

Resolvi então andar.
Andar pelo mundo,
Por aí.

Andar pela terra,
Pelo céu,
Pelas nuvens dos pensamentos.

O mundo imaterial é fantástico!

Descobri que não preciso de nada,
Pois tenho tudo,
E ao mesmo tempo tenho nada.


Andar a favor do vento é sempre mais fácil
E muito mais inteligente.

Até se pode lutar contra a natureza,
Porém não é possível vencê-la.

Mas o ato de abrir mão de tudo,
Talvez não seja um ato de coragem.

Sei lá,
De absoluto nesta vida,
Apenas a incerteza,

Então sigo,
Vivendo, vivento...

Flutuando entre teorias e pensamentos,
Impérios e civilizações,
Entre amores e divagações.

23.10.06

Louco eu?

Pode ser,
Afinal,
Quem são os loucos?

São os diferentes,
Os autênticos,
Os corajosos.

São corajosos porque pagam o preço da incompreensão,
Porque assumem a sua própria covardia, sua pequenês e a sua insignificância.
Assim, reconhecem a (in)significância do outro, e não se importam,
Nem com a sua, nem com a do outro.

Não se importam com o julgamento,
Com a sentença condenatória por não estar enquadrado em “padrões aceitáveis”,
Também não condenam os julgadores,
Simplesmente não julgam.

Olhamos para outras pessoas,
E enxergamos nossa própria imagem,
Essa verdade assusta.

Na verdade não há verdade,
Apenas uma viagem.

(É melhor ocultá-la...?
Pura hipocrisia,
Pois todos sabem,
E disfarçam.)

Quem não disfarça é o louco!

8.9.06

Vão é o momento em que tudo é leve e colorido

Vã é a tua presença, quando nada me exige, nem me cobra

Vã é a nossa vida,
Que de tão leve, torna-se insustentável

E o sofrimento,
O contra-peso da alma,
Nos conduz a caminhos de curvas sinuosas e estreitas trilhas.

Não fossem esses caminhos, a vida seria por demais leve,
Insustentavelmente leve.

14.8.06

Trocas

É tão fácil comprar.
Fácil e escravizante.
Tudo se compra, e de todas as formas.
Compra à prazo, à vista, pagamento com cheque, no cartão de crédito, ou no crediário.

A escolha é do cliente.

Será que existe alguém disposto a trocar alguma coisa?

Uma calça desbotada por um casaco velho,
Ou um boné por um par de chinelos,
Quem sabe,
Talvez alguém queira aquele disco que eu não ouço mais...

Alguém tem alguma idéia para me oferecer?

Ninguém aí está interessado em trocar idéias, impressões ou sentimentos?

Tem coisas que não se compra,
Muito embora haja quem tente...

Eu tenho uma sacola cheia de idéias para dividir,
Mas parece que a maioria das pessoas não está nem aí!

Só tem olhos para o que está na vitrine,
E com placa de promoção.



fev/06.

11.8.06

"Ligar-se, sintonizar-se, libertar-se.

"Ligar-se, sintonizar-se, libertar-se.

"Ligar-se significa voltar-se para dentro afim de ativar os equipamentos neurais e genéticos. Tornar-se sensível aos muitos e diferentes níveis de consciência e aos botões específicos que os acionam. (...)

"Sintonizar-se significa interagir harmoniosamente com o mundo exterior: exteriorizar, materializar, expressar as novas perspectivas internas.

"Libertar-se sugere um processo ativo, seletivo e suave de separação de compromissos involuntários ou inconscientes. Libertar-se significa autoconfiança, descoberta da singularidade individual, compromisso com a mobilidade, escolha e mudança.

"Ligar-se, sintonizar-se e libertar-se! Chegou a hora de acionar a chave interna para força máxima! Ouçam, ou vocês vão passar o resto de suas vidas como figurantes mal pagos em algum documentário barato, preto-e-branco e amador, ou vão se tornar os produtores dos seus próprios filmes."

Timothy Leary

Doce Vida

Em uma pequena fração de segundos
Em um piscar de olhos
Uma inspirada
Uma expirada
Um salivar
Um suspiro
Um pensamento ocorre
Universos se formam
Universos se deformam
Uma vida se passa.

O que torna um ser, humano?

Outro suspiro
Um novo Universo se (des) forma.

.............................................................................

Um portal multidimensional entre o despertar de uma consciência e o frigir dos ovos se abre a cada minuto.
Quantas oportunidades como essas desperdiçamos diariamente?
Mas, e quando escolhemos em que dimensão viver?
Em que ponto as dimensões se confundem?
Dessa poeira cósmica surge um novo conceito de realidade, de presente, de futuro e do que se passou, se é que passou.
Somos fruto de nossas escolhas e atitudes, por mais inconscientes que sejam, em algum momento elas se encontram, e nessa intersecção há uma nova escolha que nos abre uma nova infinidade de possibilidades pelo horizonte sem fim.

.................................................................................

Mais um ciclo se completa
Quando menos se espera
Está lá!
Outro padrão
Que se busca pela desconformidade
Pela interatividade
Pensamentos compartilhados como experiências intrinsecamente vividas
Comentadas por quem dela faz parte
Ao mesmo tempo descontextualizando a realidade
Embaçada pelos vícios do cotidiano
Agora observados sob a ótica do “raciocínio irracional”.

Michel, 2005.

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